Bola de Fogo: agentes identificaram empresas de fachada

Maristela Brunetto e Nadyenka Castro

Nos depoimentos desta sexta-feira ao juiz federal Odilon de Oliveira, agentes federais envolvidos nas escutas telefônicas e investigações da operação Bola de Fogo revelaram ter identificado empresas "laranja" entre as relacionadas ao contrabando de cigarros. Os policiais monitoraram 75 pessoas, entre mandantes e laranjas no esquema.

Entre as situações expostas ao juiz estão a incompatibilidade entre a condição financeira de alguns investigados e o patrimônio apresentado e a existência de várias empresas com mesmo endereço.

Nos diálogos telefônicos monitorados apareceram diálogos entre o empresário Hyran Georges Delgado Garcette, a esposa dele, Patrícia, e a mãe dele, Alzira. Algumas envolviam valores, como o empresário reclamando com a mulher que esperava o pagamento de R$ 300 mil emprestados ao pai dela, Nelson Kanomata, também réu na acusação de contrabando. No diálogo, Patrícia respondia que o pai devolveria o dinheiro ao obter resultado com a venda de cigarros. Também foi possível constatar que ele conhecia a forma como o sogro utilizava o dinheiro obtido com os cigarros.

Há ainda diálogos apontando a movimentação de Marcos Ancelmo de Oliveira, que compraria cigarros no Paraguai a pedido de Kanomata e teria até procuração para transações bancárias. Há ainda conversa de Oliveira envolvendo dinheiro da empresa Produgrãos, empresa laranja, e depósito em nome de Armindo Derzi, outro réu, que teria reclamado do uso de sua conta.

Foram ouvidos hoje os policiais Cassius Vinício Ghelen Marodin, que iria falar ontem, Murbach Bedin, Edsney Francisco Vaz e Amanda Dinis. Os depoimentos serão retomados no dia 22, já com testemunhas da defesa.

Fonte: Campo Grande News em 16-02-2007 - 18:16.