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Sexta-feira, 1 de Fevereiro de 2008
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Lei do tabaco provoca descida das vendas na ordem dos 15%
leonel de castro
Fumar é, desde há um mês, um acto sujeito a novas regras com reflexos, por exemplo, na venda de tabaco


Pedro Araújo

A lei do tabaco, em vigor há um mês, está a provocar uma quebra média homóloga nas vendas que, segundo as associações de grossistas, anda na casa dos 12 a 15%. Na região do Porto, a quebra nos centros comercais atinge 50%. Nuno Jonet, director dos assuntos institucionais da Tabaqueira, reconhece que a quebra nas vendas será sentida em 2008 e que o recente aumento da fiscalidade acentuará ainda mais a tendência para a corrida à compra do tabaco em Espanha.

Segundo Nuno Jonet, Janeiro e Fevereiro são meses muito atípicos, uma vez que se seguem ao período de maior despesa do Natal. Por outro lado, compra-se mais tabaco no final do ano para evitar os preços mais elevados que chegam a 1 de Janeiro do ano seguinte, pese embora os maços com preço antigo ainda possam circular até 1 de Março.

"Prevemos uma quebra nas vendas resultante de dois efeitos - aumento significativo da fiscalidade e a entrada em vigor da nova lei do tabaco", reconhece Nuno Jonet. "Noutros mercados com leis deste tipo, acontece sempre uma quebra do consumo no primeiro ano. No entanto, é sempre difícil extrapolar para o nosso caso, uma vez que há leis mais e menos restritivas, caso de Espanha".

As associações de grossistas assumem que já há despedimentos e empresas na iminência de fechar portas, tendência que se irá agravar ao longo do ano. "A quebra média nas vendas dos grossistas é na ordem dos 12%", refere Jorge Duarte, presidente da Associação Nacional de Grossitas de Tabaco. "A quebra anda na ordem dos 15%", estima Helena Manuela, presidente da Associação de Armazenistas de Tabaco do Norte (AATN). Neves da Silva, ex-presidente da AATN, acrescenta que a baixa de vendas nos centros comerciais do Porto é de 50%.

Tentando perspectivar 2008, o caso de Espanha preocupa particularmente a Tabaqueira, detida pela Philip Morris. "Há uma corrida à compra de tabaco em Espanha que prejudica a Tabaqueira e o Estado, que cobra menos impostos. No ano passado, esse impacto terá sido menor porque houve um reajustamento dos preços em Espanha, mas este ano o diferencial de preço vai voltar a acentuar-se e é de esperar que o fenómeno das vendas transfronteiriças de tabaco se agrave", refere Nuno Jonet.

Outro factor de asfixia dos grossistas reside na relação com a Tabaqueira. "Quando pagamos o produto, a Tabaqueira só vai entregar os impostos no fim do mês seguinte", explica Jorge Duarte, presidente da Associação Nacional dos Grossistas de Tabaco.

A margem dos grossistas era de 8,62% antes do chamado factor de correcção introduzido pela Tabaqueira. Fruto dessa medida, a margem dos grossistas desceu para 7,32%, em 2007, e 6,92%, em 2008. A margem real dos grossistas é de 2%, uma vez que a parte restante é passada para os retalhistas. Uma vez que os impostos sobre o tabaco têm um peso de 80%, a margem de lucro da Tabaqueira anda na ordem dos 13%.
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