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18/12/2008
  
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Eles pararam de fumar e ganharam qualidade de vida

18/12/2008 - 14h41 (Melina Mantovani - Redação Gazeta Rádios e Internet)

Viver uma época de emoções, ter experiências e curtir com os amigos. É na juventude que acontecem grandes e perigosas descobertas. Algumas delas, inclusive, podem ter conseqüências graves para o futuro. É nessa fase em que a maioria das pessoas tem o primeiro contato com o cigarro, que já foi conhecido como símbolo de independência, atitude e até de glamour. Agora, ele é mais lembrado como o vilão da saúde e essas mesmas pessoas que optaram por fumar no passado, hoje se encontraram para comemorar os resultados positivos conquistados durante o tratamento anti-tabagismo.

Cerca de 150 pessoas procuraram o programa Municipal de Combate ao Fumo da Secretaria de Saúde Municipal da Serra. Nesta quinta-feira (18), algumas dessas pessoas se encontraram para um café da manhã na Unidade de Saúde do bairro Novo Horizonte. A manhã foi recheada de depoimentos que animaram as pessoas que estavam no lugar. As histórias eram diversas, mas o final delas era o mesmo: basta ter força de vontade para conseguir deixar o vício e mudar de vida.

Os ex-dependentes procuraram ajuda. Na Unidade de Saúde do bairro Novo Horizonte já é feito um tratamento com uma equipe multidiciplinar com a proposta de que a pessoa pare de fumar e que as recaídas sejam menores. O programa vem dando certo e a satisfação de quem deixou o cigarro de lado, é o reflexo disso.

foto: Melina mantovani
Nelma, uma das ex-fumantes que hoje faz parte do programa Municipal de Combate ao Fumo da Secretaria de Saúde Municipal da Serra. Ao todo 150 ex-viciados participam das atividades do grupo
foto: Melina mantovani
Cláudia Kawataki
"O importante é dar alternativas para que as pessoas parem de fumar e pensem em saúde, em qualidade de vida, em auto-estima, amor próprio. Isso que é importante"
A manicure Teresinha dos Santos, de 46 anos, fumou por 33 anos. A saúde não aguentou. Teresinha teve uma doença séria no ano passado e a médica deu duas opções a ela: ou o cigarro, ou a vida. A manicure optou por viver e deixar o vício. Filha de fumantes, ela também teve influência dos amigos de escola e da bebida que, segundo ela, contribui muito para que ela continuasse a fumar.

"Na década de 80 era esporte a mulher que fumava. Eu achei bonito e continuei. Fui me tornando uma dependente do cigarro. Aí vieram os problemas no trabalho, desencadeou depressões e eu só consumia mais e mais cigarros. Tentava parar e não conseguia".

foto: Melina mantovani
O aposentado Luiz Borges, de 57 anos, fumava três cartelas de cigarros por dia. Sua vida acabou. Ele teve problemas com a bebida, se excluiu socialmente e chegou até a mendigar na rua. A dependência o consumiu, como ele mesmo definiu. Teve que deixar a música de lado, pois não conseguia nem tocar o teclado devido a ansiedade de fumar a todo momento. Hoje, o educado senhor é outra pessoa. Nada disso aconteceria se ele não tivesse buscado ajuda e tratamento. "Eu me exclui da sociedade. Eu me sentia rejeitado, deixei de fazer muitas coisas por causa do cigarro. Minha médica me aconselhou a parar o quanto antes, antes que o pior acontecesse".
Mas ela deu a volta por cima. Buscou apoio mais uma vez e conseguiu resultados positivos. Ela não fuma desde o início do mês de dezembro e não pretende ceder às recaídas. "Hoje ninguém mais se afasta quando chego perto, como acontecia quando eu acendia o cigarro. O cheiro ruim passou, tudo melhorou".


Tratamento

A acupunturista, Cláudia Kawataki, disse que o cigarro, além de trazer os malefícios próprios de quem fuma, devido às substancias tóxicas da composição, que predispõem à várias doenças, esconde também um problema sócio-psicológico. Por trás do cigarro há muitos problemas sociais, familiares.

"A proposta do grupo de tabagismo é ter profissionais multidisciplinares com médicos e enfermeiros, professores de educação física, psicólogos e assistente social para que o paciente que quer parar de fumar seja atendido por vários profissionais e tenha outras alternativas. Isso é fundamental. Porque falar que o cigarro faz mal para a saúde, todo mundo sabe. O importante é dar alternativas para que as pessoas parem de fumar e pensem em saúde, em qualidade de vida, em auto-estima, amor próprio. Isso que é importante".

No período de consumo do cigarro são introduzidas no organismo mais de 4.700 substâncias tóxicas, incluindo nicotina (responsável pela dependência química), monóxido de carbono (o mesmo gás venenosos que sai dos escapamentos de automóveis) e alcatrão, que é constituído por aproximadamente 50 substâncias pré-cancerígenas. Por isso, são mais de 50 doenças relacionadas ao consumo de cigarro.

E prova de que tudo isso faz muito mal à saúde, são os depoimentos das pessoas que melhoraram a qualidade de vida e sentiram os resultados em um curto espaço de tempo. Os dados do Instituto Nacional do Câncer comprovam: após 20 minutos sem fumar,a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal. Após duas horas, não há mais nicotina circulando no sangue do fumante. Após oito horas, o nível de oxigênio no sangue se normaliza. De 12 a 24 horas após o último cigarro, os pulmões já funcionam melhor. Após um ano, o risco de morte por infarto já foi reduzido pela metade. E de cinco a dez anos depois de parar de fumar, o risco de infarto será igual ao de pessoas que nunca fumaram.

Para os interessados em iniciar o tratamento para parar de fumar, basta se dirigir até a Unidade de Saúde do bairro Novo Horizonte, na Serra, e procurar pelos assistentes sociais que trabalham no local.



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