Com proposta de fim
dos fumódromos, o que fazer para identificar a dependência e
se livrar do vício21/02/2008 14:00:50 - Redação Gazeta Rádios e
Internet
Até o final deste mês chega ao Congresso Nacional o
projeto de lei que prevê o fim de fumódromos em locais
públicos e particulares. A coordenadora estadual do Programa
de Combate ao tabagismo, Cremilda Maria de Mello Silva
defendeu que não-fumantes e fumantes ganham se a proposta
virar lei.
“Os que não fumam ficam livres dos riscos
de se expor à fumaça do cigarro e os que fumam também ganham
porque ficam sem fumar, já que o cigarro causa uma série de
doenças. A medida que as restrições do fumar vão se ampliando,
os fumantes tendem a deixar de fumar. Fora que o cigarro
também provoca odor, polui o ambiente e os sistemas de
ar-condicionado e de exaustão tem que ser limpos com mais
frequência”, diz a coordenadora.
A necessidade de
discutir a lei foi reforçada pela preocupação com as pessoas
que trabalham em ambientes fechados onde o uso do cigarro é
permitido. “As pessoas que frequentam se expõem, mas não
permanecem no local. Já os trabalhadores desses locais se
expõem por longos períodos de tempo e as consequências são
problemas de saúde. Uma pessoa que trabalha em uma boate e em
um restaurante todos os dias, que respira aquela fumaça, fica
muito mais exposta do que a pessoa que está fumando no mesmo
ambiente”.
Também é necessário rever a legislação.
“Existe uma lei antiga de 1996 que proíbe fumar em ambientes
fechados, mas a lei não traz muito bem como isso deve
proceder. Isso é uma medida de saúde pública que traz
benefício até para os próprios fumantes”.
Como identificar dependência
Segundo Cremilda Mello, é possível identificar
sintomas que sinalizam a dependência do tabaco. O primeiro
deles é quando a pessoa tenta parar de fumar, mas não
consegue. “Vai apresentar síndrome de abstinência, fissura e
desejo intenso por fumar”.
As tentativas de abandonar o
tabaco também podem vir acompanhadas de dor de cabeça. “É que
a nicotina atua no cérebro e os detectotres cerebrais vão
necessitar da substância da droga e não vão receber, por isso
há dor de cabeça”. O candidato a ex-fumante também pode
apresentar aumento do apetite. “Esses sintomas variam de
acordo com metabolismo de cada um. Chegam a ser mais intensos
ou mais brandos. Alguns notam que o desejo de fumar decresce
após o aumento do período sem o cigarro”.
E assim que
deixa de fumar, a pessoa sente os benefícios logo no primeiro
dia após o abandono do cigarro. “Quando a pessoa fuma há
comprometimento da capacidade respiratória. Em um dia depois
de parar já percebe que resgatou um pouco da capacidade
respiratória.´E há benefícios que são cumulativos já que o
cigarro provoca cânceres, problemas no aparelho
cardiocirculatório”.
Onde procurar ajuda para vencer o
vícioOrientações para tratamento anti-tabaco
são oferecidas em todas as unidades de saúde do Espírito
Santo, segundo a coordenadora. “As unidades de saúde de todo
Estado dispõem de informações para que a pessoa deixe de
fumar. O tratamento é oferecido em 12 municípios do
Estado”.
Informações podem ser obtidas pelo programa
nacional “Disque pare de fumar” do Ministério da Saúde,
através da ligação gratuita: 0800 7037033. No Estado, o
telefone é o 3137 2473.
O projeto de lei
O projeto de lei foi encaminhado no início do mês para a
Casa Civil. A proposta do governo retira parte do artigo 2º da
Lei 9.294/96. O texto proíbe fumar em recinto coletivo,
privado ou público, salvo em área destinada exclusivamente a
esse fim. O governo quer retirar essa parte que prevê a
exceção até mesmo fumódromos instalados em empresas.
O
projeto de lei dos fumódromos deverá ser encaminhado em regime
de urgência. Mas a proposta deve enfrentar resistência do
lobby da indústria do cigarro. No passado recente, a indústria
mostrou força política no Congresso, sobretudo no episódio da
ratificação da Convenção Quadro do Tabaco.
O Brasil
foi um dos primeiros a assinar o acordo, mas demorou dois anos
para ratificá-lo.