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Sexta-Feira, 06 de Julho de 2007

Produtores que vão trocar cultura do fumo por outras atividades visitam Secretaria da Agricultura

Agricultores de onze municípios da região central do Estado, participantes de um curso de capacitação de agente biodinâmico de desenvolvimento, visitaram nesta quarta-feira (4) a Secretaria da Agricultura onde foram recebidos pelo secretário Valter Bianchini.

A visita do grupo, de aproximadamente cinquenta pessoas, foi organizada por Vânia Mara Moreira dos Santos, presidente da ONG Instituto Guardiões da Natureza, com sede em Prudentópolis. A entidade em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário é responsável pela execução do curso, que conta com cinco módulos, cada um com uma temática diferente: a terra, a planta, o animal, o homem e o agricultor como agente desse local. “O agricultor é o construtor da paisagem, do desenvolvimento do ambiente onde vive, e por meio do curso, procuramos oferecer ferramentas para que eles trabalhem como agentes de mudanças de suas comunidades”, explicou Vânia.

Por meio dos módulos programados e orientados por palestrantes de várias partes do país com experiências em agricultura biodinâmica, os participantes aprendem a desenvolver projetos e onde buscar recursos para suas atividades. “Dentro do curso também estabelecemos um intercâmbio com outras entidades para trocas de experiências, e essa turma veio a Curitiba para conhecer o Circuito Italiano de Colombo, e a Secretaria da Agricultura do Paraná, onde estão tendo a oportunidade de saber um pouco mais sobre o turismo rural na agricultura familiar”, esclareceu a presidente do Instituto Guardiões da Natureza.

Parte dos agricultores desse curso tem como principal atividade hoje a produção de fumo na região, e um dos objetivos da ONG é orientá-los para que procurem outras alternativas de culturas, menos nociva à saúde e à terra. O projeto atende todo o território Centro Sul do Paraná de forma direta e indireta. Sua fundamentação está em um diagnóstico da realidade que demonstra que a maioria dos municípios envolvidos abriga um dos maiores números de produtores de fumo do Estado. “O mais grave é que não se tem dados oficiais quanto aos problemas de saúde pública causados pelos agrotóxicos utilizados no Território, e poucas alternativas se apresentam aos produtores para a conversão da fumicultura”, desabafou Vânia dos Santos.

A presidente da ONG que trabalha desde 1998 compatibilizando o meio ambiente e o homem acredita que esse projeto vai auxiliar no processo de desenvolvimento sustentável dos municípios que compõem o Território, na implantação de políticas públicas de estímulo à agricultura familiar. No território, dos quase trinta mil agricultores familiares, aproximadamente 30% cultivam fumo como principal atividade na propriedade.

O projeto reúne jovens e mulheres interessados na troca de cultura, e que apostam na produção de orgânicos como alternativa para deixar a produção de fumo.

Depois das explicações da representante do grupo, e de ouvir alguns agricultores, o secretário Valter Bianchini colocou a estrutura da Seab à disposição da entidade para que juntos descubram novas alternativas para mudar essa realidade. “Não é fácil achar uma cultura que numa área pequena proporcione a mesma rentabilidade que o fumo, mas temos que pensar em outros meios para garantir uma vida digna, um futuro sustentável para essas famílias, e o turismo rural, a produção de orgânicos, a médio prazo podem ser uma boa alternativa”, esclareceu Bianchini.

Ele adiantou ainda que a Seab, junto com o MDA e a Conab, vai descobrir novos caminhos que sejam bons para os produtores e para os paranaenses. “Temos que trabalhar juntos para mudar essa realidade. Porém, não adianta produzir sem saber onde vender. Os produtores precisam estar organizados, é importante conhecer o mercado, formar associações, grupos organizados, pois assim fica muito mais fácil do que trabalhar de maneira isolada”, completou o Secretário.

Turismo Rural – O grupo conheceu um pouco mais sobre o turismo rural. A expansão da atividade no Paraná e de que forma ela está organizada, foi explicada pelo Coordenador do Programa de Turismo da Seab, Ednei Bueno. “Visitar cachoeiras e belezas naturais é interessante, mas conhecer pessoas é muito mais interessante, e isso pode ser proporcionado pelo turismo rural, que graças às peculiaridades de cada região, se torna diferente em cada município”, disse Bueno aos agricultores. A diferença, segundo ele, está no que cada produtor pode oferecer de diferente aos visitantes, como por exemplo a comida, o passeio de trator ou de cavalo, a venda de produtos in natura, a hospedagem e outras atividades que valorizam o turismo rural.

Ademar Dessler, da Emater, também conversou com os agricultores e mostrou outras atividades que podem ser exploradas com o turismo rural. “São muitas as oportunidades que aparecem para valorizar a propriedade. É possível ensinar os turistas a colherem produtos nas horas e nos pomares, mostrar como se produz geléias, sucos e licores, como se produz flores e chás, como ordenhar uma vaca, colher ovos, além dos tradicionais pesque-pague, passeios a cavalo e outros”, completou.

De acordo com Dassler o turismo rural é uma ferramenta a mais para o agricultor explorar em sua propriedade, principalmente para os jovens e as mulheres. “Hoje 80% dessas atividades são tocadas por mulheres”, concluiu Dassler.

Os agricultores que participam do curso, coordenado pelo Instituto Guardiões da Natureza, são dos municípios de Inácio Martins, Mallet, Rebouças, Rio Azul, Irati, Prudentópolis, Guamiranga, Ivaí, Imbituva, Teixeira Soares e Fernandes Pinheiro.

Arquivos anexados: 0507 agricultores curso.doc 
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