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2007-06-17 - 00:00:00
Risco: Doença pulmonar obstrutiva
crónica afecta milhares Vício do tabaco pode ditar
dependência de
oxigénio | |
João
Cortesão
Luísa Soares Branco chegou a pLassar
18 horas por dia com o
oxigénio | Surge como uma doença silenciosa
em que muitos sinais de alerta são rapidamente
associados às consequências normais do tabagismo. O nome
é pomposo e as sequelas podem condenar o doente a uma
vida de dependência em que as botijas de oxigénio são
elemento fundamental no
dia-a-dia.
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Chama-se doença
pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), é muitas vezes
designada como bronquite crónica ou enfisema e, segundo
a Sociedade Portuguesa de Pneumologia, estima-se que
atinja 5,42 por cento dos portugueses entre os 35 e os
69 anos.
Luísa Soares Branco, presidente da
Respira – Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e
outras Doenças Respiratórias Crónicas – fumou durante 26
anos quase dois maços de tabaco por dia. Hoje está
obrigada a fazer 15 horas de oxigénio diárias, durante o
sono ou em alturas de esforço. Quando sai à rua a botija
de oxigénio portátil é companhia inseparável. Na pequena
mochila de transporte, os 4,5 quilogramas que carrega
são essenciais para subir a rua, deixar uma carta no
correio ou simplesmente deslocar-se até ao
café.
Luísa desenvolveu pneumonia em 1991, ano em
que deixou de fumar por completo. “Cansava-me imenso,
mas com os broncodilatadores ia vivendo bem com a
doença”, conta a antiga psicóloga, acrescentando: “Nunca
tive pena de mim. Fazia dez horas de trabalho, saía com
os amigos e só tinha cuidado para evitar ambientes com
fumo.”
Alguns anos mais tarde uma gripe levou-a
directamente para os cuidados intensivos do Hospital
Pulido Valente, onde permaneceu três semanas. A DPOC
agravou-se e, ao voltar para casa, Luísa tinha
prescritas 18 horas de oxigénio
diárias.
“Evidentemente que o tabaco não é a
única origem da DPOC, mas é a principal”, admite,
sublinhando que “o diagnóstico precoce da doença é
extremamente importante”. “Começa-se pela tosse,
acompanhada de expectoração e a tendência natural dos
fumadores é dizer que não passa de catarro”, conta
Luísa. Os restantes sinais de alerta passam pelas
“constipações constantes, cansaço e falta de
ar”.
Para quem faz oxigénio o preço das botijas
pode chegar aos 300 euros. Mesmo com comparticipação, o
preço dos medicamentos varia entre 30 e 40 euros. “É
comum que as contas mensais na farmácia cheguem aos 150
euros”, lamenta.
AINDA PAROU A TEMPO DE
EVITAR O PIOR
José Albino tem 56 anos, é
delegado de informação médica, passa a vida entre
hospitais, mas demorou a dar importância ao seu
problema. “O meu principal sinal de alerta era o
cansaço”, conta. Chegava ao topo da escadaria do
Hospital Pulido Valente, em Lisboa, sem conseguir falar,
as constipações eram recorrentes e acabou por fazer o
rastreio. “O médico disse-me que estava quase no limiar
da doença, por isso achei que podia esticar um pouco
mais a corda.” Tentou deixar de fumar várias vezes,
sempre sem sucesso. Dois anos depois, voltou a fazer os
exames e o resultado não foi animador. Largou de
imediato o vício e recorreu a consultas de desabituação
tabágica. A doença “regrediu um pouco” e faz tarefas do
dia-a-dia sem a botija. Ainda assim, convive com o
cansaço. “Gosto imenso de dançar e até isso tenho de
fazer devagarinho.”
BOTIJA
O
aparelho tem de ser utilizado durante o sono ou sempre
que o doente esteja a realizar esforços físicos. Quando
é preciso sair à rua, há que carregar quatro quilos meio
de peso numa pequena mochila de
transporte. |
Diana
Ramos / J.S.
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Domingo, 17 Junho
- manuel
gonçalves Quem não deve saber nada disto é o
ministro da saúde porque continua com a lei anti-tabaco
na gaveta não se sabe até quando.Saúde para quê? É
preciso é dinheiro para o estado e os portugueses que se
lixem. | | |