28/05/2007
21% dos curitibanos têm o hábito de fumar
Curitiba é a segunda cidade do Brasil em número de fumantes com idade a partir de 15 anos. A informação é do inquérito domiciliar feito pelo Instituto Nacional do Câncer e Secretaria Municipal da Saúde (SMS) entre 2002 e 2003 em quinze capitais. O estudo mostrou que 21% da população curitibana fuma. A primeira é Porto Alegre, com 25%. No Brasil, a média de fumantes é de 19%.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o tabagismo é responsável por 30% das mortes por câncer; 90% das mortes por câncer de pulmão; 85% das mortes por enfisema pulmonar; 25% das mortes por enfarto do miocárdio e 25% das mortes por acidente vascular cerebral (AVC ou derrame).

"Portanto, o hábito de fumar é responsável por seis das dez causas de morte mais freqüentes entre a população de Curitiba", informou o coordenador do Programa de Controle do Tabagismo na SMS, o médico epidemiologista João Alberto Lopes Rodrigues. No Brasil, a estimativa é de que cerca de 200 mil mortes por ano são decorrentes do tabagismo.

Para controlar a dependência e suas conseqüências, a Prefeitura de Curitiba mantém dois serviços de referência nas unidades de saúde, Ouvidor Pardinho e Vila Hauer que oferecem consultas, reuniões de grupos e medicamentos específicos para ajudar o fumante a deixar o cigarro. Cerca de 1,6 mil pessoas já foram atendidas pelo serviço.

ADESIVO GRATUITOS

A decisão de parar de fumar exige mudanças de comportamento, alteração de hábitos e terapia, muitas vezes com medicamentos. A prefeitura oferece gratuitamente adesivos que nas farmácias custam em média R$ 45,00 o pacote com sete unidades; e chicletes de nicotina que custam em torno de R$ 35,00, com 30 unidades. A última etapa do tratamento consiste na participação das reuniões, uma vez por mês, durante um ano.

A fisioterapeuta Eliane Fortes destaca que o índice de 40% de recuperação é bastante positivo. "O resultado é positivo, porque é preciso lembrar a dificuldade que as pessoas enfrentam no seu dia a dia,

quando convivem com fumantes em seus ambientes de trabalho, por exemplo". Atuar na prevenção e na educação, diz ela, é tão importante quanto o tratamento.

A participação nos grupos de dependentes do tabaco atendidos pela Secretaria da Saúde na Unidade começa com entrevistas e avaliação física e psicológica. Depois da entrevista, o dependente do tabaco é inscrito numa lista de espera e participa de reuniões semanais, de 1h30 de duração, durante um ano.

AMBIENTES

Além do tratamento oferecido nas duas unidades, a Secretaria Municipal da Saúde desenvolve também programas de combate ao tabaco em parceria com empresas públicas e privadas oferecendo orientação na implantação de ambientes livres de cigarro.

Através de palestras e informativos, as empresas destinam lugares específicos nas instituições para os fumantes. A meta do programa é monitorar os locais certificados como Ambiente Livre de Cigarro e estimular os fumantes que desejam abandonar vício.

"A estratégia é estender o programa de combate ao tabagismo a diferentes ambientes da sociedade, incentivando uma vida mais saudável, principalmente nos ambientes de trabalho onde as pessoas passam maior parte do tempo", explica o coordenador do programa, João Alberto Lopes Rodrigues.

O resultado, afirma, tem sido positivo e a parceria da secretaria inclui material com informações sobre efeitos do cigarro e apoio para os trabalhadores fumantes que querem deixar o vício. Já são ambientes livres de cigarro as unidades municipais de saúde, as creches e escolas, o prédio central da Prefeitura de Curitiba e várias secretarias municipais. O programa treina profissionais para atender os grupos de fumantes e ampliar o atendimento nas Unidades de Saúde Ouvidor Pardinho e Vila Hauer.

Fonte : Diário Popular PR