Curitiba é
a segunda cidade do Brasil em número de fumantes com idade a
partir de 15 anos. A informação é do inquérito domiciliar
feito pelo Instituto Nacional do Câncer e Secretaria Municipal
da Saúde (SMS) entre 2002 e 2003 em quinze capitais. O estudo
mostrou que 21% da população curitibana fuma. A primeira é
Porto Alegre, com 25%. No Brasil, a média de fumantes é de
19%.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o
tabagismo é responsável por 30% das mortes por câncer; 90% das
mortes por câncer de pulmão; 85% das mortes por enfisema
pulmonar; 25% das mortes por enfarto do miocárdio e 25% das
mortes por acidente vascular cerebral (AVC ou
derrame).
"Portanto, o hábito de fumar é responsável
por seis das dez causas de morte mais freqüentes entre a
população de Curitiba", informou o coordenador do Programa de
Controle do Tabagismo na SMS, o médico epidemiologista João
Alberto Lopes Rodrigues. No Brasil, a estimativa é de que
cerca de 200 mil mortes por ano são decorrentes do
tabagismo.
Para controlar a dependência e suas
conseqüências, a Prefeitura de Curitiba mantém dois serviços
de referência nas unidades de saúde, Ouvidor Pardinho e Vila
Hauer que oferecem consultas, reuniões de grupos e
medicamentos específicos para ajudar o fumante a deixar o
cigarro. Cerca de 1,6 mil pessoas já foram atendidas pelo
serviço.
ADESIVO GRATUITOS
A decisão de parar de
fumar exige mudanças de comportamento, alteração de hábitos e
terapia, muitas vezes com medicamentos. A prefeitura oferece
gratuitamente adesivos que nas farmácias custam em média R$
45,00 o pacote com sete unidades; e chicletes de nicotina que
custam em torno de R$ 35,00, com 30 unidades. A última etapa
do tratamento consiste na participação das reuniões, uma vez
por mês, durante um ano.
A fisioterapeuta Eliane
Fortes destaca que o índice de 40% de recuperação é bastante
positivo. "O resultado é positivo, porque é preciso lembrar a
dificuldade que as pessoas enfrentam no seu dia a
dia,
quando convivem com fumantes em seus ambientes de
trabalho, por exemplo". Atuar na prevenção e na educação, diz
ela, é tão importante quanto o tratamento.
A
participação nos grupos de dependentes do tabaco atendidos
pela Secretaria da Saúde na Unidade começa com entrevistas e
avaliação física e psicológica. Depois da entrevista, o
dependente do tabaco é inscrito numa lista de espera e
participa de reuniões semanais, de 1h30 de duração, durante um
ano.
AMBIENTES
Além do tratamento oferecido nas
duas unidades, a Secretaria Municipal da Saúde desenvolve
também programas de combate ao tabaco em parceria com empresas
públicas e privadas oferecendo orientação na implantação de
ambientes livres de cigarro.
Através de palestras e
informativos, as empresas destinam lugares específicos nas
instituições para os fumantes. A meta do programa é monitorar
os locais certificados como Ambiente Livre de Cigarro e
estimular os fumantes que desejam abandonar vício.
"A
estratégia é estender o programa de combate ao tabagismo a
diferentes ambientes da sociedade, incentivando uma vida mais
saudável, principalmente nos ambientes de trabalho onde as
pessoas passam maior parte do tempo", explica o coordenador do
programa, João Alberto Lopes Rodrigues.
O resultado,
afirma, tem sido positivo e a parceria da secretaria inclui
material com informações sobre efeitos do cigarro e apoio para
os trabalhadores fumantes que querem deixar o vício. Já são
ambientes livres de cigarro as unidades municipais de saúde,
as creches e escolas, o prédio central da Prefeitura de
Curitiba e várias secretarias municipais. O programa treina
profissionais para atender os grupos de fumantes e ampliar o
atendimento nas Unidades de Saúde Ouvidor Pardinho e Vila
Hauer. |