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30 de agosto de 2005 - 10h20
Bares e restaurantes do Rio têm alto índice de fumaça

Embora tenha a menor proporção de fumantes, atingindo 17,5% de sua população, o Rio apresenta o segundo maior índice de poluição causada pelo tabaco dentro de restaurantes e bares entre sete grandes cidades da América Latina, segundo pesquisa da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, divulgada ontem no Instituto Nacional de Câncer (Inca).

O levantamento revela o descumprimento da lei federal 9.294, de 1996, que autoriza o fumo em recintos coletivos, desde que em áreas exclusivas, devidamente isoladas e com arejamento conveniente. Assim como no Rio, os maiores níveis de nicotina foram detectados em bares e restaurantes, seguidos de prédios do governo, hospitais, aeroportos e escolas.

"Não existe nenhum estabelecimento adequado, onde, de fato, não haja circulação da fumaça dentro do ambiente, expondo as pessoas que não fumam à poluição causada pelo tabaco. A separação das áreas não funciona", alertou a coordenadora do Programa Nacional de Controle do Tabagismo do Ministério da Saúde e chefe da Divisão de Controle do Tabagismo do Instituto Nacional de Câncer (Inca), Tânia Cavalcante, sugerindo que a melhor maneira de evitar a exposição involuntária ao fumo é proibi-lo dentro de ambientes fechados.

Diante do desrespeito à legislação e das graves conseqüências do fumo também entre os não-fumantes, o governo iniciou ontem uma campanha de esclarecimento sobre o tabagismo passivo, terceira maior causa de morte evitável no mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Apesar de a legislação federal ter sido regulamentada no Rio em 2000, o trabalho de fiscalização começou apenas no ano passado. De lá para cá, cinco estabelecimentos foram multados, segundo o superintendente da Secretaria de Vigilância Sanitária do município, Fernando Villas Bôas. "Fizemos um trabalho educativo. Agora estamos punindo", disse. As multas chegam a R$ 3 mil.

Para tentar proteger a categoria dos danos causados pela fumaça do tabaco e derivados, o presidente do Sindicato de Garçons, Barman e Maîtres do Estado do Rio, Waltair Mendes Rodrigues, disse ontem que vai solicitar ao ministério que baixe uma portaria determinando uma avaliação pulmonar compulsória do profissional durante o exame demissional. "Precisamos de algo mais rigoroso para saber como isso está nos afetando. Não temos dados concretos sobre isso, mas pode ser que muitos já tenham ficado prejudicados por causa do hábito de fumar dos outros", sugeriu, contando ter dois amigos garçons que apresentaram problemas pulmonares.

   

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