Campanha antialcoolismo sai 'nos próximos dias', diz ministro

Ministério da Saúde vai lançar ofensiva para divulgar males do consumo de álcool.
Em entrevista ao G1, José Gomes Temporão evitou polemizar sobre aborto.

Marília Juste e Salvador Nogueira

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, pretende colocar em ação "nos próximos dias" sua guerra contra o consumo de álcool no Brasil.

Em entrevista exclusiva ao G1, por e-mail, o ministro disse que uma campanha publicitária deve ser lançada para mostrar à população os danos causados pelo abuso da bebida. “Nosso principal enfoque é promover a saúde, os hábitos saudáveis e estimular a prática de atividades físicas”, disse Temporão.

O Ministério pretende restringir o acesso a bebidas alcoólicas no país. Entre as medidas que defende está a proibição da venda de álcool nas estradas federais. Contra o cigarro, a estratégia semelhante foi até mais severa: proibiu integralmente a publicidade do produto, restringiu o fumo em ambientes públicos fechados e intensificou a exposição dos danos do consumo. “Com isso, o Brasil, comparado aos países que adotaram políticas severas contra o tabagismo, tornou-se o país que mais reduziu o número de fumantes adultos entre 1989 e 2003 -- uma redução de 35%, segundo artigo científico publicado no Boletim da Organização Mundial de Saúde deste mês”, disse o ministro.

A ofensiva contra o álcool será associada a uma política de redução de danos dos males do alcoolismo. Esse tipo de política causou polêmica recentemente, por causa de panfletos distribuídos na Parada Gay e em uma universidade paulista, que ensinavam como minimizar problemas do uso de drogas ilícitas.

Temporão defendeu iniciativas do tipo. “Uma das características mais importantes do Sistema Único de Saúde (SUS) é a universalidade. Ou seja, o sistema deve atender toda a população brasileira, tanto as pessoas que não usam drogas ilícitas, quanto as que utilizam drogas ilícitas”, disse. Para o ministro, as estratégias informativas voltadas à prevenção devem ser realizadas paralelamente a iniciativas para conter os danos do abuso de quem ainda assim escolhe utilizar drogas.

Fonte: G1 - Portal de Notícias da Globo em 11-07-2007.