Justiça já fechou 36 bingos

A repressão aos bingos no Rio já dura mais de três anos. Em uma das últimas grandes ações, em dezembro passado, agentes da Polícia Federal e da Receita Federal e promotores do Ministério Público Federal (MPF) fecharam 18 casas de jogo durante a Operação Ouro de Tolo. Cerca de 4.500 máquinas caça-níqueis foram apreendidas.

A operação foi desencadeada porque havia a suspeita de uso de equipamentos contrabandeados - de acordo com a PF, a importação de peças para as máquinas é proibida no Brasil, onde não existem fabricantes destes equipamentos. No início de abril, mais 18 bingos - um deles em Duque de Caxias - foram fechados.

Para as ações da Ouro de Tolo, a Justiça Federal expediu mandados de busca e apreensão com base em informações que indicavam envolvimento das casas de jogos com crimes de sonegação fiscal, evasão de divisas e caixa dois. À época, as máquinas apreendidas foram avaliadas pelos agentes em US$ 75 milhões, mas arrecadariam, por dia, mais de US$ 20 milhões.

A Ouro de Tolo fez parte de uma megaoperação da Polícia Federal para repressão à máfia dos caça-níqueis. Em outras duas ofensivas, 19 policiais e outras pessoas ligadas às máquinas de jogo foram presas, enquanto que mais de 40 PMs eram presos por envolvimento com o tráfico de drogas.

Fonte: Jornal do Brasil em 27-04-2007.

Polícia apreende 1.400 máquinas

Depois de três meses de investigação, 550 policiais civis e militares e agentes da Receita Federal mostraram que o esquema que mantém em funcionamento casas de bingo e máquinas caça-níqueis terá de enfrentar novos inimigos além da Polícia Federal. Mais de 1.400 caça-níqueis foram apreendidos durante todo o dia de ontem em bares e depósitos em Bangu, Campo Grande, Vila Isabel e Copacabana, onde dois centros de contagem de dinheiro do jogo do bicho também foram estourados pelos policiais.

A maioria das máquinas - cerca de 1.000 - estava em um depósito em Bangu. Os caça-níqueis encontrados pertenceriam ao grupo liderado por Fernando de Miranda Iggnácio, preso em Bangu 1 e cabeça de um dos grupos que explora os pontos do jogo na Zona Oeste da cidade.

Lá, a Receita Federal verificou que parte das máquinas era fruto de apreensão realizada durante a Operação Gladiador, deflagrada em dezembro pela Polícia Federal. Segundo os responsáveis pela operação de ontem, batizada de Tio Patinhas, as peças das unidades lacradas eram retiradas e usadas para montar outras máquinas. O órgão federal ainda vai analisar se leva as máquinas para o depósito da Receita, em Benfica.

O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, e o superintendente da Receita no Rio, César Augusto Barbieiro, disseram que as máquinas apreendidas estavam lá por determinação da Justiça, através do que juridicamente se denomina fiel depositário - ou seja, a pessoa indicada pela Justiça para guardar e cuidar de objetos oriundos de apreensões policiais, na falta de espaços próprios. Oficialmente, a polícia diz que não sabe quem é o dono do depósito. Outros dois galpões com peças e máquinas caça-níqueis foram interditados em Campo Grande e Vila Isabel.

Cerca de 400 das máquinas apreendidas foram transportadas para o depósito da Receita Federal, onde serão periciadas. O objetivo é provar que as unidades contêm peças importadas, o que é proibido por lei. De acordo com o superintendente, o próximo passo após a perícia é destruir as máquinas.

Beltrame e Barbieiro reconheceram que a quantidade de máquinas apreendidas é muito pequena em relação ao universo de máquinas caça-níqueis existentes no Rio, cujo número as autoridades não souberam determinar. Segundo eles, novas operações serão realizadas em outros pontos da cidade, ainda sem data definida.

A operação Tio Patinhas começou às 6h. Foram destacados 350 policiais militares, do Batalhão de Choque e do Curso de Formação e Aperfeiçoamento de Praças, além de 100 policiais civis, em sua maioria da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) e 100 agentes da Receita Federal. No total, 96 pontos foram verificados.

Fonte: Jornal do Brasil em 27-04-2007.