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ECONOMIA O ESTADO DE S.PAULO
Terça-feira, 13 de janeiro de 2004

Cantores e músicos líricos criticam a Skol
A dança do minueto na ilha quadrada da campanha da cerveja virou polêmica

CARLOS FRANCO

Quem não bebe Skol vai para a ilha quadrada e lá passa a dançar minueto na praia. Quem bebe Skol fica rodeado de belas mulheres e participa de uma agitada festa nas praias ao som do rock'n'roll, onde tudo desce redondo. O que seria uma brincadeira bem-humorada, criada pela agência de publicidade F/Nazca para promover a marca neste verão, virou polêmica.

Dezenas de artistas líricos começaram a enviar ontem cartas e e-mails de protesto contra essa campanha para a F/Nazca e a AmBev, fabricante de Skol, dona de fatia de 31% do mercado que gira R$ 8 bilhões por ano no País.

Num texto assinado por profissionais como o compositor e professor de música da Universidade de Indiana (EUA), Alexandre Eisenberg, as cantoras líricas Gabriella Paci e Luciana Bueno, o maestro Ricardo Rocha, o diretor cênico Walter Neiva, o violonista Fabio Zanon e músicos das orquestras sinfônicas do Municipal, de São Paulo e do Rio, tacham o comercial da Skol de anticultural. Segundo Zanon, profissional com carreira sólida no exterior, esse tipo de atitude acaba por destruir o esforço de popularização da música lírica, "deixando claro que se trata de atitude quadrada e careta".

O publicitário Fábio Fernandes, presidente da F/Nazca, se defende: "A intenção foi mostrar coisas, na ilha quadrada, que não combinam com o verão.

Eu adoro música clássica, ouço Beethoven, Bach e Mozart no carro, mas dançar minueto na praia é uma atitude que não combina com verão, com descontração e com cerveja", diz.

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