Entrevista nº 5 A AMATA agradece à Sra. Ivanise pela gentil entrevista concedida sobre problemas físicos gerados absolutamente ou em altíssimo percentual pelo tabagismo. Ivanise Teixeira Bortoloto nos felicita com seu inestimável depoimento. Imagine-se vivendo com restrições e limitações devido a uma doença pulmonar. Vivenciando essa experiência há 23 anos, Ivanise nos relata as dores, as dificuldades e os ajustes na sua vida cotidiana para suprir a redução de sua capacidade pulmonar. Pensamento da entrevistada: “Se você pensar, com certeza não fumará. Se você fumar, com certeza não pensou, e talvez um dia poderá pensar”.
Ivanise – Quinze anos! Ah, meus 15 (quinze) anos.
1969, eu não sabia de nada, mas achava que sabia. Tudo era o máximo.
As meninas usavam mini-saia e eu também. Elas usavam botas e eu
também, e tudo de modismo; dentre estes, nada que comprometesse
minha saúde. Até que um dia, eu, com toda minha sabedoria
e muita ignorância, no que diz respeito àquilo que propus
a começar a fazer, comecei a fumar. Foi fácil começar,
mesmo engasgando, ficando com os olhos vermelhos e mesmo não tendo
dinheiro, eu consegui ser uma fumante. Eu me achava elegante e até
mesmo importante. Na verdade, eu era mesmo ignorante. AMATA
– O
que significa viver com esta doença restritiva, o Enfisema pulmonar,
quase certamente ocasionado pelo tabaco?
Obs: e isso tudo porque já não fumo há cerca de 23 anos AMATA – Qual a sua mensagem para o jovem que a lê neste momento? Ivanise
– A verdade é que eu não gostaria de estar
aqui escrevendo, e os jovens lendo, este relato: EU NÃO FUMO MAIS.
Eu gostaria, na verdade, de estar dizendo: EU NUNCA FUMEI. Eu tive informações,
conhecimento, esclarecimentos de todos os males que o tabagismo causa,
mas acabei errando, quase me matei, fiquei limitada, dei trabalho a muitos
que não tinham culpa, e só então, me conscientizei.
Não pensem que foi fácil parar. Só foi fácil
começar. Tentei parar e lutei muitas vezes contra este vício.
Certa vez, cheguei até a ir ao banheiro, fechar meus olhos, e fumar,
como se desta forma, estivesse escondendo-me de mim mesma. AMATA – Muitíssimo gratos. Outubro de 2007.
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